A evolução da medicina traz vários benefícios para a população, que vão desde a precisão do diagnóstico até a agilidade do processo. Nos últimos anos, o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB) recebeu diversas atualizações, melhorando os resultados no combate ao crescimento da próstata.
"A cirurgia mais tradicional no tratamento da HPB é a RTU de Próstata (raspagem), que tem 80 anos de vida e continua sendo o 'padrão ouro' até hoje. Em casos de próstata grandes é necessária a prostatectomia simples, cirurgia por via abdominal. Essas cirurgias têm boa eficácia, mas trazem alguns riscos, como sangramento, tempo de internação prolongado, necessidade de sonda por alguns dias, etc", contou o urologista Luiz Henrique Araújo.
"O intuito de agregar novas tecnologias é tentar manter os bons resultados das cirurgias tradicionais e diminuir a agressividade do procedimento", opinou o médico, pioneiro em novas tecnologias para tratamento da HBP no Nordeste.
Metade dos homens acima dos 50 anos apresentam sintomas da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Trata-se do tumor não cancerígeno mais comum na população masculina, o qual acaba reduzindo o calibre da uretra prostática, dificultando o escoamento da urina e causando queda da qualidade de vida.
Conheça algumas das novas tecnologias disponíveis para tratamento de hiperplasia benigna:
HOLEP
O HoLEP, Enucleação da Próstata por Laser Holmium, é o novo procedimento que chegou ao Brasil. Pouco invasivo e sem cortes, é considerado um dos mais modernos do mundo para tratamento cirúrgico de Hiperplasia Prostática Benigna, mais conhecido por aumento benigno da próstata.
"A técnica permite o tratamento da HPB independentemente do tamanho da próstata, além de permitir o tratamento simultâneo de cálculos eventualmente presentes na bexiga. Excelentes resultados no curto e longo prazos, ao permitir a retirada completa do adenoma prostático, tornando a possibilidade de nova operação praticamente nula. Atualmente a técnica é recomendada pelos principais guias urológicos internacionais", explicou Luiz Henrique.
THUFLEP
O ThufLEP, nome que vem do laser Thulium, também utilizado para enucleação da próstata, tem como vantagem um melhor controle do sangramento. Possui afinidade maior com a água, permitindo cirurgias com melhor controle de hemorragia, até mesmo em pacientes que não possam parar sua anticoagulação para o procedimento cirúrgico.
"O Thulium possibilita tratamento concomitante de outras doenças. Pode ser aplicado também no tratamento de cálculos urinários, como rins, ureter e bexiga", detalhou Luiz Henrique.
EMBOLIZAÇÃO PROSTÁTICA
A embolização das artérias prostáticas é um procedimento minimamente invasivo, que tem como objetivo proporcionar a melhora parcial ou total dos sintomas decorrentes da HPB. Este procedimento é relativamente novo, foi realizado pela primeira vez em 2008, porém sua eficácia já pôde ser comprovada através de diversos estudos clínicos realizados no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
"Ela não necessita de internação, o paciente vai embora no mesmo dia. Pode ser feito apenas uma anestesia local, sem manipulação da uretra. Podem ser utilizadas para as próstatas de qualquer tamanho, contudo não tem a mesma eficácia da desobstrução cirúrgica", disse Luiz Henrique.
CIRURGIA ROBÓTICA
A cirurgia robótica também pode ser utilizada no tratamento de crescimento prostático benigno. É uma evolução da prostatectomia simples por via aberta e laparoscópica. "Ela pode ser resumida como a 'evolução' da cirurgia laparoscópica. O médico cirurgião utiliza um robô que permite visualizar os órgãos em alta definição e em três dimensões, bem como realizar movimentos delicados e mais precisos, tornando a cirurgia menos invasiva e mais eficiente", falou o urologista.
UROLIFIT
É uma técnica minimamente invasiva, que pode ser feita com o paciente em sedação ou até anestesia local para tratamento de próstatas não tão grande, até 80 gramas, que é utilizado, via uretral, grampos que fazem abrir o lúmen da uretra e desobstruir a próstata. Com isso, o paciente tem alívio dos sintomas.
"É feito para casos selecionados e tem a vantagem de ter alta no mesmo dia, além de preservar a ejaculação, um efeito que, nas cirurgias tradicionais, pode passar a ser retrógrado. Ou seja, o paciente tem a ereção normalmente, tem desejo sexual, mas o líquido seminal fica ausente nas técnicas tradicionais. No Urolift, consegue preservar a ejaculação", explanou Luiz Henrique.
REZUM