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terça-feira, 26 de março de 2013

17ª Paixão de Cristo do Recife começa amanha (27)

Encenação ganha ritmo diferente com novas dublagens e trilha sonora/Foto Divulgação

As passagens mais importantes da vida de Jesus Cristo, sua morte e ressurreição serão encenadas mais uma vez na Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife. A 17ª Paixão de Cristo do Recife, que leva a assinatura do diretor José Pimentel, será realizada de amanhã (27) a domingo (31), sempre às 20h. O espetáculo é uma megaprodução e envolve cerca de 100 atores e 300 figurantes. Só no ano passado, 80 mil espectadores prestigiaram a montagem, que é orçada em aproximadamente R$ 450 mil.

A expectativa é que este ano a encenação tenha outro ritmo, ainda mais forte e ágil. Isso principalmente porque todos os atores entraram em estúdio para gravar novamente as falas do espetáculo. Ano passado, foram sete substituições no elenco, mas a dublagem não tinha sido ainda atualizada. “A nova gravação possibilitou que nós pudéssemos construir um novo espetáculo. Algumas cenas foram modificadas, outras foram retiradas e, em outras, as pausas diminuíram. O público que nos acompanha a cada ano certamente perceberá a diferença”, explica José Pimentel, responsável pelo texto e também pelo papel principal da montagem. Pimentel interpreta Jesus Cristo há 36 anos.

Há também mudanças nas cenas. “Conseguimos resolver a cena do sinédrio, por exemplo, que era realizada no mesmo espaço do templo devastado, depois que Jesus expulsa os mercadores. Agora temos um cenário específico para a cena desta tribunal”, explica Pimentel. A cena do Sermão da Montanha também sofreu alterações, principalmente no texto, e o tempo de uma das cenas mais aguardadas – o enforcamento de Judas – será aumentado. Aproveitando a gravação da nova dublagem, o diretor também fez alterações na trilha sonora, com a inclusão de novas músicas, que abrilhantarão o espetáculo.

No elenco principal da Paixão de Cristo, além de Pimentel, estão nomes como Angélica Zenith (Maria), Gabriela Quental (Madalena), Reinaldo de Oliveira (Herodes), Marcos Macena (Anás), Pedro Francisco de Souza (Pilatos), Buarque de Aquino (Pedro), Roberto Emmanuel (João), Didha Pereira (José de Arimatéia) e Célio Pontes (Nicodemus). Ivo Barreto volta ao papel de Judas; ano passado ele não pode fazer a encenação por conta de compromissos com o Coletivo Angu de Teatro. Geninha da Rosa Borges, a grande dama do teatro pernambucano, não fará mais o papel de Marta. “Ela me ligou, dizendo que talvez não tivesse mais condições de fazer o papel. É muito esforço. Embora saibamos que ela vai estar na plateia e não vai deixar de nos acompanhar”, diz Pimentel.

Há uma expectativa grande em torno das novidades da montagem. "Estamos acompanhando as mudanças na encenação e sabemos que este ano vamos precisar de mais ensaios, porque os tempos serão outros, as pausas diminuíram”, conta Pedro Francisco de Souza, que desde o ano passado assumiu o papel de Pilatos. “Os ensaios serão ainda mais importantes com as mudanças, seja no texto, na trilha ou na iluminação”, avalia José Pimentel.

Para que a encenação da Paixão de Cristo possa ser realizada sem que a plateia precise se deslocar, são montadas, na Praça do Marco Zero, três estruturas de 20 metros de comprimento por 14 de largura que se transformam em nove palcos com diferentes cenários, idealizados por Octávio Catanho. Os cenários são ligados por uma passarela com dois planos, onde acontecem as cenas do povo, a chegada de Cristo a Jerusalém montado no jumento e o caminho ao Calvário.

São utilizados equipamentos de som com moderna tecnologia digital, equipamentos de iluminação de ponta, canhões de luz, efeitos especiais e ainda acontece um show pirotécnico. Os efeitos especiais ajudam a compor a magia do espetáculo em cenas como a aparição dos demônios e o terremoto, logo após a morte de Cristo. Há ainda foguetes ruidosos que, passando sobre a cabeça do público, estouram na árvore do enforcamento na morte de Judas. 

Na ascensão de Cristo, José Pimentel levitará, coberto por nuvens de fumaça, a sete metros do chão. Só para a cena da ressurreição são utilizados 40 quilos de fogos por apresentação. A maquiagem também traz novidades, com a nova parceria entre a montagem e a marca Contém 1g Make-Up que irá disponibilizar os produtos e uma equipe de profissionais para produzir os atores do espetáculo. Uma das surpresas será a maquiagem do diabo, uma das mais elaboradas.

A Paixão de Cristo do Recife, que era conhecida como a Paixão de Todos, foi criada em 1997. Durante cinco anos, foi realizada no estádio do Arruda. Depois, entre 2002 e 2005, ocupou o Marco Zero. Em 2006, por conta de reformas no Marco Zero, o espetáculo foi encenado em frente ao Forte do Brum e, desde 2007, retornou ao Marco Zero.

José Pimentel – Há 36 anos, José Pimentel é intérprete de Cristo. Há 45, dirige o mesmo espetáculo. Durante 30 anos, desde 1969, José Pimentel foi diretor e ator da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, até o rompimento com o espetáculo, que aconteceu em 1996. Pimentel não concordava que os principais papéis não fossem defendidos por atores pernambucanos. A partir de 1981, também foi autor, ator e diretor de outros megaespetáculos ao ar livre, como O calvário de Frei Caneca, Jesus e o Natal, Batalha dos Guararapes e o mais recente, O massacre de Angico – A morte de Lampião, encenado em Serra Talhada, no sertão pernambucano.

SERVIÇO:
17ª PAIXÃO DE CRISTO DO RECIFE
Quando: De 27 a 31 de Março, às 20h
Onde: Praça do Marco Zero, Bairro do Recife
Quanto: Gratuito